A dor de perder um filho

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Anónimo

Há 4 anos perdi aquela que era a minha razão de viver: o meu querido filho. Não deve haver dor maior, do que a de perder um filho, ouvi dizer por diversas vezes, mas sempre desvalorizei a afirmação. Mal sonhava eu o que a vida me reservava.

O meu menino teve um grave acidente de viação e teve morte imediata. Quando me ligaram a contar, nem queria acreditar, pensei que não era verdade e que estava a viver um pesadelo. Só caí em mim, quando fui levantar os objectos pessoais dele… O meu menino nunca mais voltaria para casa… Tudo deixou de fazer sentido e apoiei-me no meu marido durante todo o processo de luto.

No entanto, ele que era o meu pilar, foi perdendo as forças e simplesmente deixou de viver. Aos poucos percebi que não só tinha perdido o meu filho, como também o meu marido. Dizia-me constantemente que já não estava a aguentar o sofrimento e chegou mesmo a falar em suicídio. Aos poucos o desinteresse, levou-o a perder o emprego e a passar os dias deitado, sem querer comer ou simplesmente ver a luz do dia…

Fiquei de rastos e tinha que estar constantemente alerta. Foi um processo de luto duplamente sofrido. Falei com pessoas amigas que me encaminharam para VillaRamadas e eu, desesperada, lá fui em busca de respostas. O certo é que uma luz começou a abrir-se e depressa o meu marido começou a ter consultas. Em pouco tempo recuperou a vontade de viver e melhor ainda, estava com mais força e coragem.

Ensinou-me a ver as coisas boas da vida e a encarar também a morte do nosso menino. Fizemos novos projectos para a nossa vida e recentemente fomos novamente pais. É certo que esta nova vida nunca irá substituir o nosso menino, mas pelo menos ajuda-nos a lidar de outra forma com a dor. Além disso, continuamos a fazer terapia do luto na clínica e temos consciência que é nestas consultas que ganhamos um novo alento.

Procure ajuda e viva um dia de cada vez, por mais que isso custe. Certamente que quem “partiu” não o gostaria de ver em tamanho sofrimento…

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