Perda e Luto

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O luto traduz uma relação emocional com uma qualquer perda.

Poderá ter origem numa morte, num divórcio, numa perda de emprego, num diagnóstico de esterilidade, na reforma, numa mudança de casa, na saída de um filho de casa, numa doença incapacitante, ou seja, basicamente em tudo o que represente o fim de alguma parte da nossa vida, tal como até aí a conhecemos.

Por paradoxal que possa parecer, também uma mudança para melhor, como sendo para um novo trabalho, para o casamento ou até uma mudança interior profunda, podem igualmente desencadear sentimentos de luto.

Neste segundo tipo de situações, a intermitência de contentamento e tristeza são suscetíveis de originar alguma confusão.

Seja como for, há uma vasta panóplia de sentimentos que, à vez ou em catadupa, vão acometendo aqueles que se encontram enlutados.

Tristeza, raiva, culpa (muitas vezes irracional) e ansiedade (com possíveis ataques de pânico), são os que geralmente surgem com maior intensidade.

A ansiedade pode trazer o temor de não ser capaz de tomar conta de si sem a pessoa falecida ou, inclusive, tornar-se até mesmo numa fobia, porque o indivíduo contristado tem tendência para começar a pensar na sua própria mortalidade.

Outras experiências, absolutamente normais, que podem surgir nestes casos são:

  • Fadiga, apatia ou desinteresse pela vida em geral;
  • Solidão emocional e/ou social;
  • Sensação de desamparo;
  • Choque;
  • Ânsia de recuperar a perda;
  • Emancipação;
  • Alívio, geralmente acompanhado de sentimento de culpa;
  • Entorpecimento, que geralmente funciona como proteção para a enchente de emoções que assola a pessoa após tomar conhecimento da perda.

Há também uma série de possíveis sintomas físicos nos quais se incluem:

  • Vazio no estômago;
  • Aperto no peito ou na garganta;
  • Sensação de falta de ar;
  • Despersonalização (tudo parece irreal);
  • Fraqueza muscular;
  • Boca seca;
  • Maior sensibilidade ao ruído.

Outros sintomas que podem surgir frequentemente são os pensamentos recorrentes relativamente ao que aconteceu que, a persistirem, são passíveis de levar à depressão ou à ansiedade; a incredulidade no que aconteceu; a difícil concentração; a confusão que não permite que se ponha as ideias em ordem deixando a memória comprometida.

A sensação de uma eventual presença, alterações do sono que incluem o medo de sonhar ou de não acordar, distração e esquecimento, isolamento, perturbações ao nível alimentar que podem levar a comer mais ou menos do que é habitual, variações de peso, ataques de choro, agitação ao ponto de se perder a serenidade, a evitação ou, pelo contrário, o desejo constante de entrar em contacto com locais e objetos que façam lembrar a pessoa falecida constituem componentes de fases do processo de luto.

O luto pode ser bastante doloroso e aterrador.

Do choque e confusão até ao equilíbrio, tem de se passar pelo “caos”.

Contudo, todos os sentimentos fazem parte da aceitação da perda e ajudam a atribuir-lhe um sentido.

Por vezes, revoltamo-nos com o “roubo” dos seres que nos são queridos e, com frequência, recorremos a formas desajustadas de realizar o luto e de conviver com o facto.

Querer compreender algo que não tem explicação leva ao desgaste psicológico, gerando doenças ou alterações de humor que, por vezes, podem ocasionar equívocos com sintomas de depressão, especialmente pela intensidade da tristeza e pelas alterações do sono e do apetite.

Existe, todavia, um fator distintivo: nos indivíduos deprimidos verifica-se um défice de autoestima, com consequente visão negativista de si, dos outros e do mundo, o que não ocorre no processo de luto.

Embora a depressão seja normal num processo de luto, se a sua prevalência exceder o primeiro ano da morte considera-se clinicamente relevante e necessita de intervenção especializada.

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