Higiene excessiva

Tratamentos > Tratamento Fobias > Higiene excessiva
Anónimo

Desde pequena que me lembro de ser uma pessoa extremamente asseada. A minha mãe sempre me incutiu o hábito de tomar banho uma vez por dia, lavando o corpo cuidadosamente e de forma a ficar completamente limpa e livre de qualquer tipo de bactérias.

Assim fui crescendo e lembro-me que tudo piorou e se tornou mais exaustivo com a minha entrada na escola. Passei a tomar banho de manhã e no regresso a casa. A minha mãe que também sempre foi muito “comichosa” com as limpezas incentivava-me, em vez de ver que eu estava ali a criar uma fobia.

Passei a viver com medo de tudo e de todos. Sempre em pânico, com receio que alguma coisa me contaminasse. Os anos avançaram e na universidade, esforçava-me para disfarçar esta fobia.

Tive a minha primeira relação amorosa e acreditem que foi muito complicado permitir que ele me tocasse, só que acho que o amor que tinha por ele, me ajudou a quebrar essa barreira. Para não o magoar, sempre que acabávamos de fazer amor, eu corria para a casa de banho a tomar banho, mas dava como desculpa o facto de temer criar uma infecção urinária.

Compreensivo e apaixonado, acreditava. Depois de alguns anos de namoro, decidimos dar o passo seguinte. Era difícil ter que disfarçar esta minha fobia, sentia que estava a ser eu na minha pura essência, mas temia que ele não entendesse… Entretanto nasceu a nossa filhota. Com ela então tornei-me extremista no que toca a higiene pessoal. Dava-lhe banho constantemente, de tal forma que tanto a queria limpar que acabei por a ferir.

Começou a ficar com feridas no corpo de tanto a esfregar com uma esponja. Quando tentei controlar a situação já era tarde, já tinha feridas bem visíveis. Não tive coragem de contar ao meu marido, mas depressa descobriu tudo, quando recebeu um telefonema da minha médica de família extremamente preocupada.

Não tive como esconder e tive que lhe revelar a minha fobia. Incrédulo, fez-me prometer procurar ajuda. Foi assim que o centro se cruzou na minha vida. Confesso que foram alguns meses de tratamento duros, principalmente pelas saudades que tinha da minha filha.

No entanto, também era ela que me dava forças para seguir em frente. Só sei que toda a minha vida mudou, sinto que só agora começo a viver e a ser eu mesma. Até a minha relação com o meu marido melhorou e ele brinca muitas vezes comigo: “ Se soubesse que iria ter uma nova mulher, já te tinha mandado há mais tempo para lá”.

Vivo sem fantasmas do passado e sou genuinamente feliz!!!

Utilizamos cookies para garantir que o nosso site funcione da maneira mais tranquila possível e para analisar o tráfego da web. Se você continuar a usar o site, concorda com nossa Política de Cookies.
OK